quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

OVÍDIO

Publius Ovidius Naso nasceu a 20 de Março em 43 a.C e foi um poeta romano. Os pais esperavam que ele fosse a ser um grande jurista, contudo cedo demonstrou ser mais emocional e pouco fluente na arte de argumentar.
A sua poesia trata essencialmente do quotidiano e boémio. Algumas das suas obras mais famosas são "Heroides" "Amores" e "Ars Amatoria", uma trilogia de poesia erótica  e o "Medicamina Faciei Feminae", um livro de cosméticos para mulheres.
Sabe-se que levava uma vida boémia, casando três vezes e divorciando-se duas e que era admirado como grande poeta, contudo o seu estilo de vida cedo levaria a que fosse exilado poucos anos antes da sua morte pelo imperador Augusto, que achava o seu "Ars Amatoria" imoral.
Ovídio faleceu no exílio no ano 17 da nossa era antes de conseguir concluir um a sua última obra, que tratava da arte da pesca e cujas razões para o tema ainda são desconhecidas, uma vez que Ovídio nunca pareceu demonstrar qualquer interesse nesse tipo de assuntos.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

SÓFOCLES

Sófocles nasceu em Colono (Atenas) cerca de 496 a.C, filho de um armeiro rico que lhe deu uma esmerada educação. Foi o segundo dos três grandes poetas trágicos gregos, bem como o mais bem sucedido em vida (ganhou vinte vezes o primeiro prémio e nunca ficou em terceiro lugar). A sua obra "Antígona" valeu-lhe o cargo de estratego na guerra de Samos, contudo rapidamente se afastou da política ao notar nos atenienses um certo espírito autoritário, algo que não lhe serviu, pois sempre tentava vencer com a razão. Era também exímio atleta, actor e corega. Aristóteles usa-o frequentemente como modelo por representar os homens "como deveriam ser" e não como eram à maneira de Eurípides. Sabe-se também que escreveu mais que 120 peças, contudo apenas chegaram sete aos nossos dias.
 Sófocles faleceu com noventa e um anos, não se sabe se em 406 ou 405 a.C.


segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

ÉSQUILO

Ésquilo é o mais antigos dos três grandes poetas trágicos gregos, sendo por isso considerado o pai da tragédia. Sabe-se que vinha de uma família de eupátridas (aristocracia) e que vivia com uma condição abastada.
Cumpriu, como cabia aos jovens de Atenas, serviço militar e participou em várias campanhas militares, entre elas as Guerras Persas junto com seu irmão, que acabaria por perecer e que lhe haveria de dar o mote para a sua tragédia "Os Persas".
Poeta trágico de grande reputação, só veria o auge da sua carreira ocorrer com a morte de Frínico, seu principal rival; a partir daí, passou a arrecadar primeiros prémios com frequência.
Morreu cerca de 456 a.C., alega-se, morto por uma tartaruga que uma águia teria derrubado das alturas, contudo não se confirma a veracidade deste episódio.


domingo, 26 de fevereiro de 2012

EURÍPIDES

Eurípides nasceu em Salamina em 480 a.C. e é. com Sófocles e Ésquilo, um dos maiores poetas trágicos gregos da antiguidade e o que mais influenciou o teatro e a ópera modernos. Contudo, quase nada se sabe da vida do poeta, excepto que terá falecido desiludido com a natureza humana em reclusão após uma vida inteira de quase marginalidade.

http://net-biblio.blogspot.com/2011/05/hipolito-por-euripides.html
http://net-biblio.blogspot.com/2011/06/medeia-por-euripides.html

sábado, 25 de fevereiro de 2012

PLATÃO

Platão Nasceu em Atenas em 428 a.C proveniente de uma família da antiga nobreza; sabe-se que era descendente de Sólon por parte da mãe e do rei Codro por parte do pai. O seu verdadeiro nome era Arístocles contudo cedo os conterrâneos lhe colocariam o nome Platão, que significa "amplo", dado que tinha uns ombros excepcionalmente largos. Em jovem familiarizou com Crátilo, discípulo de Heraclito, tomando conhecimento com a doutrina heraclitiana. Com vinte anos começou a ser discípulo de Sócrates e foi-o até 399, ano da morte do mestre e que o levou a afastar-se uns tempos de Atenas: com efeito, as suas tentativas de salvar Sócrates da prisão tinha-no deixado em evidência. Quando regressou, instalou uma escola de Filosofia no Jardim Público de Atenas, que ficou conhecida como a Academia e que é considerada a primeira universidade da História.
Desde muito jovem que sempre se deixou dominar por interesses espirituais e políticos, tanto que pensava tornar-se um grande estadista. A restauração da democracia envolveu-o na vida política mas a condenação de Sócrates à morte cedo lhe criou no espírito repulsa pelo sistema político que vigorava. A partir daí, Platão dedicou grande parte do seu tempo a idealizar como se poderia melhorar a política de um Estado e acreditou que tal só seria possível com recurso à Filosofia e só esta poderia defender correctamente a Justiça. Como tal, à semelhança de Confúcio, não lhe bastou apenas idealizar: queria pôr em prática. Tornou-se sábio do tirano de Sicarusa, Dionísio, tendando ensiná-lo a governar como um homem sábio. Assustado com as ideias radicais de Platão, o rei vendeu-o como escravo. Platão seriacomprado por Aníceris de Cirene, um amante da Filosofia que o libertou e mandou de volta para Atenas. Já na sua cidade-natal, Platão recebeu uma carta de Dionísio na qual pedia desculpas, explicava que fora tudo um terrível engano e pedia que Platão o perdoasse. A essa carta, Platão limitou-se a responder "Estou demasiado ocupado com a minha Filosofia para perder tempo a pensar em Dionísio".
O caso de Dionísio de Siracusa não foi único: ao longo da sua vida Platão recebeu vários convites de governantes que, tomando conhecimento da sua boa fama enquanto pensador e do sucesso das suas ideias, o quiseram como planeador dos seus sistemas políticos; contudo, as ideias de Platão eram demasiado revolucionárias, acabando sempre por ser dispensado
Platão faleceu em 347 a.C com a idade de 81 anos, vítima de uma febre violenta.

"A República", ou "a primeira Utopia da História"

Espreitemos aquelas que são as características básicas do estado-modelo idealizado por Platão. Nesse Estado as crianças seriam o resultado de uma união comunal e não fruto de um casamento; na verdade o amor seria livre, tanto para homens como para mulheres, pois ninguém é propriedade de ninguém e os melhores homens unir-se-iam com as melhores mulheres a fim de produzirem uma prole superior. Essas crianças seriam depois entregues ao Estado e teriam conhecimento de quem seriam os seus pais, mas também não teriam interesse em saber: dessa forma o indivíduo passa a pertencer à comunidade e aprende a respeitar todos de igual forma, pois todos são pais e filhos de todos.
Até aos vinte anos tanto as meninas como os meninos receberiam a mesma educação e trabalhariam e brincariam juntos; teriam uma educação à base de ginástica e música, a primeira para conseguirem a harmonia do corpo e a segunda com vista à harmonia da alma. De facto a música detém um papel essencial na educação para Platão: no seu entender, esta é o princípio fundamental que impede o mundo de cair no caos e é a alma do Universo, sendo as estrelas e os planetas o seu corpo. Haveria também uma preocupação em garantir que o ensino fosse prazer e não tortura.
Uma vez chegados aos vinte anos, os jovens seriam separados consoante as suas capacidades: aqueles que se mostrassem incapazes de espírito para continuarem a sua educação tornar-se-iam lavradores e comerciantes, criando a classe mais baixa; os restantes, até aos trinta anos, dedicar-se-iam ao estudo das Ciências, como sendo a Aritmética, a Geometria e a Astronomia.
Aos trinta anos proceder-se-ia a um processo semelhante ao anterior: aqueles que cessassem os seus estudos com esta idade tornar-se-iam soldados para garatinrem a guarda do Estado. Platão desprezava a guerra pelo que a existência de soldados refere-se a um poder meramente defensivo e nunca agressivo. Os restantes dedicar-se-iam ao estudo da Filosofia durante cinco anos e porteriormente à arte de bem governar. Por fim, aos cinquenta anos, estariam preparados para assumirem os seus papéis de governantes-filósofos: para Platão o Estado ideal deve sempre ser fovernado pelos melhores. Assim o Estado apresentado por Platão assenta numa sofocracia, ou seja, no governo dos mais sábios. Estes não teriam propriedade privada nem seriam remunerados pelas suas funções a fim de evitar que os mais corruptos e ávidos de posses e riqueza procurassem o poder; só aqueles verdadeiramente importados em estabelecer a justiça entre os homens é que se arriscariam em empreender tal tarefa.
O Estado idealizado por Platão apresenta-nos também outras características interessantes. Platão advogada a expulsão de Homero e outros semelhantes dos estudos dos jovens: efectivamente é um insulto à inteligência fazer as almas memorizar e acreditar em histórias fantásticas dos seus deuses e nas sus fraquezas humanas, que também não são bons exemplos; a religião teria que ser adaptada à razão e portanto libertada dos seus mitos e milagres. Entre os homens as relações deveriam ser preferencialmente imparciais e os advogados seriam um mal desnecessário, uma vez que numa sociedade consciente, educada e culta as pessoas seriam as polícias delas mesmas. Em relação aos criminosos estes seriam dignos de piedade e não punidos: como se pode tornar dócil um cavalo com açoites ou tornar social um indivíduo afastado da sociedade? Os criminosos deveriam ser educados e dignos de um especial cuidado e as suas punições deveriam, isso sim, assentar numa reintegração através do trabalho em prol da comunidade. Um criminoso preso e trancado entre quatro paredes, além de nada aprender, é totalmente inútil e um fardo. Para além disto Platão apresenta-nos também outras ideias progressistas como o apoio à eutanásia e a defesa da igualdade entre os géneros.
No final, a pricipal e única tarefa do governo, da qual se substrairiam todas as restantes premissas, assenta numa única ideia: assegurar a felicidade dos cidadãos.

Obras

A República - Symposion - Fedro - Fédon - Apologia de Sócrates - Críton - Timeu - Crítias - Filebo - Teeteto - Lísis - Laques - Cármides - Górgias - Parménides - Eutidemo - O Sofista - Protágoras - Crátilo - Íon - Ménon - Eutifron - As Leis