segunda-feira, 21 de julho de 2014

PETRÓNIO

Petrónio, que nos chegou para a posteridade enquanto "pai do romance", foi um escritor romano e frequentador da corte de Nero, do qual era conselheiro. Pouco se sabe sobre a sua vida e mesmo a sua identidade tem sido frequentemente objecto de discussão. Sabe-se sim que Petrónio consagrava a sua vida à libertinagem e aos prazeres, a tal ponto que o próprio imperador só aceitava algo como prazeroso após a aprovação do próprio Petrónio. Tal acabou por despoletar invejas na corte e o seu rival, Tijelino, envenenou o espírito do imperador contra o conselheiro. Petrónio acabaria por ser feito prisioneiro enquanto Nero viajava. Incapaz de conviver com a angústia de se saber entregue à vida ou à morte, o autor acabou por cometer um lento e jocoso suicídio, no qual abria e fechava as veias lentamente enquanto discursava sobre os prazeres da vida. No final, após ter tornado a morte numa prazerosa sensação de sono, adormeceu com naturalidade, não sem antes mandar uns recados ao imperador e castigar uns escravos.
As poucas obras de Petrónio que chegaram até nós são, com efeito, o reflexo do estilo de vida do autor. Hoje, contudo, detêm o papel de documentos vivos sobre a vida aristocrática romana, com a sua opulência e a sua fraqueza, com a sua ruiqueza material e a sua pobreza espiritual, com os seus prazeres e as dores de que eram compostos.

Sem comentários:

Enviar um comentário